quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA 11ª PARTE- ESTUDO DA HISTÓRIA INFANTIL

Estudo da história infantil

Após escolher a história que irá contar, o contador precisa estudá-la. Não significa que precisará decorar todo o texto, o importante é divertir-se com ela e captar sua mensagem, identificando seus elementos essenciais que compõem sua estrutura.
A introdução é a parte inicial, que tem por objetivo localizar o entrecho da história no tempo e no espaço, apresentando os personagens principais e caracterizá-los. Ela que estabelece o contato inicial entre o narrador e o ouvinte .Por exemplo:· Quando: “ Era uma vez...”, “No tempo em que os bichos falavam...”· Onde: “Numa floresta distante...”· Quem: “ Três porquinhos decidiram fazer uma casa para morar”.
Segundo Coelho (1999, p. 23) “ nem todos os livros trazem introduções precisas, completas. Se a história é lida, a criança pode suprir a falta. Mas, se é para ser ouvida, cabe ao narrador completar, adaptar, pois fica difícil começar a narração sem a fase preparatória inicial.
”A sucessão dos episódios, os conflitos que surgem e a ação dos personagens formam o enredo. Estes episódios devem ser apresentados numa sequência bem ordenada, mantendo-se a expectativa até alcançar o clímax. Depois disso, a narrativa encaminha-se para o desfecho.

Estudo dos elementos da história na narrativa
Os seguintes elementos devem ser destacados pois influem diretamente na trama, na forma da narração, na identificação do público a que se destina e na escolha da técnica de apresentação. São eles:
· Enredo;
· Personagens principais, secundários e supérfluos;
· Ambiente ( local, época, civilização);
· Cenários ( quantas cenas são necessárias para seu desenvolvimento);
· Mensagem e conteúdo educacional;
Estes elementos também indicarão onde estão as dificuldades para aprodução de caracterizações e cenários e quais pontos explorar para dar um colorido especial. O fluxo do enredo:
· Introdução: É o que situará os ouvintes no tempo e nos espaço e apresenta os principais personagens. Deve ser clara, sucinta, curta mas suficiente para esclarecer os elementos que comporão a história. Se a versão original não satisfazer todos os requisitos, caberá ao narrador complementar com alguma pesquisa ou mesmo com a sua imaginação;
· Enredo: A sucessão de episódios, os conflitos que surgem e a ação dos personagens formam o enredo. É importante destacar o que é essencial e o que são detalhes;
· Ponto Culminante: Em uma história bem produzida, o ponto culminante surge como uma consequência natural dos fatos arrolados de forma ordenada e sucessiva. Mas, é no momento da luta que está o clímax da questão;
· Desfecho: A história atingiu o ponto culminante e agora só resta terminá-la. Coelho (1999) ressalta que, os textos devem ser estruturados com introdução clara, enredo em ascensão, destaque no ponto culminante (ou clímax), desfecho imprevisível, com final feliz, que é característico dos contos de fadas tradicionais. Há também o final aberto, que é uma das propostas da literatura atual, onde permite o questionamento e a formação de um final, criado pelas crianças.

A narrativa de ficção
Ao longo da nossa vida, vivemos em meio a muitas narrativas. Desde muito cedo, ouvimos histórias de nossas famílias, de como era a cidade ou o bairro há muito tempo atrás; como eram nossos parentes quando mais novos. Ouvimos também histórias de medos, de personagens fantásticos, de sonhos. Enfim, ouvimos, contamos, lemos, assistimos, imaginamos infinitas histórias.
A narrativa está presente em todos os lugares, em todas as sociedades; a narrativa começa com a própria história da humanidade; não há em parte alguma, povo algum sem narrativa; todas as classes, todos os grupos humanos têm suas narrativas, e frequentemente estas narrativas são apreciadas em comum por homens de cultura diferente, e mesmo oposta: a narrativa ridiculariza a boa e a má literatura: internacional, trans-histórica, transcultural, a narrativa está aí, como a vida. (Barthes, 1971, p. 19-20)
Segundo a Enciclopédia Larousse, a definição de ficção é: "ato ou efeito de simular, fingimento; criação do imaginário, aquilo que pertence à imaginação, ao irreal; fantasia, invenção". A narrativa de ficção é construída, elaborada de modo a emocionar, impressionar as pessoas como se fossem reais. Quando você lê um romance, novela ou conto, por exemplo, sabe que aquela história foi inventada por alguém e está sendo vivida de mentira por personagens fictícios. No entanto, você chora ou ri, torce pelo herói, prende a respiração no momento de suspense, fica satisfeito quando tudo acaba bem. A história foi narrada de modo a ser vivida por você. Suas emoções não deixam de existir só porque aquilo é ficção, é invenção.
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No "mundo da ficção" a realidade interna é mais ampla que a realidade externa, concreta, que conhecemos. Através da ficção podemos, por exemplo, nos transportar para um mundo futuro, no qual certas situações que hoje podem nos parecer absurdas, são perfeitamente aceitas como verdadeiras. A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Os elementos que compõem a narrativa são:
· Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
· Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
· Narrador (narrador- personagem, narrador-observador);
· Tempo (cronológico e psicológico);
· Espaço.

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